A Câmara Municipal das Lajes do Pico “não reconhece qualquer legitimidade” à Associação de Classe do Bote Baleeiro Açoriano (ACBBA) e entende que a sua criação se tratou de um ato de “má-fé”. A Associação foi recentemente criada em S. Miguel com o objetivo de desenvolver as componentes desportivas em botes baleeiros mas a sua criação não foi bem digerida pelas ilhas do Triângulo que detém 90% do património baleeiro regional. Segundo Mário Tomé, vereador da autarquia das Lajes, "deveria ter existido uma pré-consulta a todas as entidades com património baleeiro na Região" porque o que está aqui em causa é “uma apropriação de uma entidade cultural que é de todos mas que tem maior expressividade no Pico, sobretudo no concelho das Lajes”. A notícia de que a Associação tinha sido constituída chegou por e-mail na semana passada aos destinatários das várias ilhas e vinha assinada por Miguel Cravinho, um dos fundadores da Associação que é também sócio-fundador de uma conhecida empresa de Whale Watching sediada em S. Miguel. Segundo Manuel Costa Júnior, presidente da Comissão Consultiva do Património Baleeiro, a ideia já tem mais de 20 anos e só não foi posta em prática porque na altura se definiu como prioridade a recuperação do património baleeiro. A ilha do Pico reúne 70% do património baleeiro dos Açores e só o concelho das Lajes detém mais de 50% dos botes da Região, qualquer coisa como 16 botes baleeiros.